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Haverá melhor fase para falar de emoções do que a estamos atualmente a viver? Nas sociedades ocidentais, as emoções tendem a ser vistas como um problema. Os homens são conhecidos por serem fortes e não chorarem e as mulheres sentirem “demais”. De acordo com o neurocientista António Damásio (2003), as emoções e os sentimentos são os pilares do nosso funcionamento mental e do nosso agir pelo que, sem estas é impossível tomarmos decisões. Por esse motivo, é importante perceber como estas funcionam para não nos deixarmos levar por alarmismos e ter comportamentos desadequados.

O que são emoções?

De acordo com Damásio (2003) as emoções são conjuntos complexos de respostas químicas e neurais, que formam um padrão, cuja a finalidade é manter o organismo em posição de sobrevivência e bem-estar e, para isso, desempenha um papel regulador. As emoções podem ser consideradas uma bússula interna que nos guiam para o sentido de um maior bem-estar. Não há emoções “boas” e “más”, todas são necessárias para uma correta adaptação do Ser humano ao meio envolvente.

Emoção por detrás do Stress: o medo!

Boa notícias: as emoções não advêm do exterior! O bem-estar como fenómeno neuroquímico depende, entre outras coisas, de neurostransmissores e hormonas. Passo a explicar, se o bem-estar depende da produção de uma molécula, significa que a minha forma de estar (comportamento e atitude) tem influência na produção dessa molécula. É mais fácil partirmos para a vitimização e culparmos a situação que está atualmente a decorrer a nível mundial, mas a partir do momento que compreendemos que somos nós os realizadores das nossas vidas e que somos nós que damos significado aos acontecimentos, percebemos que a responsabilidade pelas nossas emoções é inteiramente nossa. A partir daqui temos dois caminhos:

1) Identificar o medo como normal nesta situação. O medo tem como função a proteção pelo que, serve para tomarmos as medidas necessárias para estarmos ao abrigo e aceitar aos poucos a situação. Isto irá fazer com que as sensações desagradáveis do medo diminuam (e.g. batimentos cardíacos elevados, suores, pensamento rápido e negativo, baixa resistência física, entre outros);

2) Utilizar a lamentação e vitimização perante a situação e gerar mais medo que se manifesta em sensações desgradáveis, bem como comportamentos de risco em relação a si e aos outros.

Estratégias para a adaptação à atual situação

Perante situações de mudança rápidas é exigido um reajuste do estilo de vida e modo de atuação. É importante identificar a fase do processo em se encontra. O objetivo é ter mais consciência do que está a acontecer a nível emocional:

Referências bibliográficas:

Damásio, A, (2003). Ao encontro de Espinosa. As emoções sociais e a neurologia do sentir. Lisboa: Europa-América.

Palha, M. (2016). Uma caixa de primeiros socorros das emoções. Lisboa: Manuscritoeditora