As competências sociais detêm um papel importante no desenvolvimento humano, pois estão relacionadas com a forma como o sujeito se posiciona em relação aos outros e ao mundo, influenciando a esfera pessoal, académica, profissional e social. Por sua vez, a competência emocional desempenha um papel essencial no desenvolvimento da competência social (Zsolnai, 2015). A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) (2015) enunciou, como pré-requisitos fundamentais para uma aprendizagem de qualidade em todas as áreas curriculares, a absoluta necessidade de aprofundamento nos domínios da literacia, numeracia, literacia digital e de dados a par da saúde física, mental, bem-estar e socioemocional. No que diz respeito às competências socioemocionais ressalva a importância do desenvolvimento da empatia, autoconsciência, respeito pelos outros, capacidades de comunicação, perseverança, eficácia, responsabilidade, curiosidades e estabilidade emocional.

Desde finais da década de 90 a investigação tem confirmado que as emoções desempenham um papel relevante na melhoria das aprendizagens tendo sido reconhecido o conceito de Social and Emotional Learning (SEL), isto é Aprendizagem socioemocional (ASE), define as ASE como “processos através dos quais as crianças e os adultos adquirem e aplicam eficazmente o conhecimento, as atitudes e as competências necessárias para compreender e gerir emoções, para fixar e alcançar objetivos positivos, sentir e mostrar empatia em relação aos outros, estabelecer e manter relacionamentos positivos e tomar decisões responsáveis” (CASEL, 2012, p.4). A ASE tem como objetivo o desenvolvimento da autoconsciência, do autocontrolo, da consciência social, dos relacionamentos interpessoais e da tomada de decisão responsável nas crianças e jovens, assim como uma melhoria das atitudes e crenças em relação a si próprio e aos outros.

A Lei de Bases do Sistemas Educativo sublinha a importância da organização curricular e escolar ter em conta o desenvolvimento harmonioso nos alunos de fatores de natureza afetiva, social e moral, além dos de ordem física, motora, estética e cognitiva (ponto 1 do artigo 50.º da Lei n.º 46/1986). Contudo, apenas 11 anos depois da publicação da Lei de Bases, o Ministério da Educação cria o primeiro programa dirigido ao desenvolvimento de competências sociais e emocionais, com a publicação do Manual do Programa de Promoção e Educação para a Saúde. Recentemente alguns passos significativos foram dados no que concerne à divulgação de medidas nesta área, nomeadamente, a publicação em 2016 do documento Saúde Mental em Saúde Escolar (Carvalho et al., 2019) e, no ano seguinte, o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (Martins et al., 2017).

Das 10 áreas de competências a desenvolver nos alunos que este documento estruturante do currículo nacional enumera como estruturais, realçam-se as competências de Relacionamento interpessoal, Desenvolvimento pessoal e autonomia, Bem-estar, saúde e ambiente e Consciência e domínio do corpo como as que mais diretamente poderão contribuir para a ASE. Existe, assim, a intenção recente de uma clara vontade de agir de forma consertada e mais profunda na promoção destas competências nos alunos. A investigação revela, contudo, existir em Portugal não apenas pouca pesquisa sobre esta área como também escassa diversidade de programas SEL em ambiente educativo (Cristóvão et al., 2017).

O meu nome é Sandra Costa, sou mestre em Psicologia Clínica pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Sou Membro Efetivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) e em breve, sócia da Associação Portuguesa de Terapias do Comportamento (APTC). Pós-graduada em Terapia Cognitiva Comportamental, Inteligência Emocional/Saúde Mental e em Terapias de 3.ª Geração. Facilitadora do programa MQ (Manuela Queirós) – Aprender a ser Feliz® e do Still Quiet Place training – práticas de Mindfulness (Atenção Plena) para crianças e adolescentes (Amy Saltzman, Califórnia). Encontro-me a frequentar o Curso de formação dos Anos Incríveis TCM (Teacher Classroom Management) para Educadores e a Formação Especializada como psicoterapeuta em Terapias Cognitivo-Comportamentais – vertente crianças e adolescentes pela APTC. Tenho diversos Cursos de Formação Avançada em Psicologia Clínica e procuro estar sempre atualizada e a par da investigação científica.

Faço formações, workshops, masterclass, palestras e conferências, tendo participado em diversos congressos, eventos científicos, seminários, entre outros. Participo e colaboro com os meios de comunicação social tais como: revistas, jornais, rádio, televisão, plataformas online, em assuntos relacionados com a Saúde Mental.

Quem já experimentou a marca dos Mochinhos:

Tenho experiência profissional desde 2007 em vários contextos, nomeadamente: escolar e clínico. Com especial foco de interesse nas competências socioemocoonais, criei, em 2012, a marca “Os Mochinhos da Sabedoria”. Ao longo destes 10 anos, já se formaram mais de 1000 técnicos de saúde e pais e cerca de 2000 crianças participaram nas sessões do projeto. A minha experiência teórica e prática permitiu-me construir materiais e cursos que ajudam as pessoas a saberem mais sobre as suas emoções. Na aventura dos Mochinhos da Sabedoria, a minha personagem ilustrada acompanha as emoções da Maria e do Benjamin, bem como de todas as crianças, jovens e adultos.